sábado, 8 de maio de 2010

Mas afinal, o que é um psicopata?

Quando vemos cenas de violência, como a que marido matou a mulher, em Belo Horizonte, Minas Gerais, nosso corpo reage. O coração acelera, a pele transpira, sentimos um frio na barriga. São essas sensações que nos diferenciam dos psicopatas.
O cérebro deles não apresenta alterações estruturais, mas funciona de forma diferente. Para o professor de neurologia é possível dimensionar falhas nessa região do cérebro, considerada um marcador corporal da emoção.
“Pode existir uma falha da transmissão química entre os neurônios, uma falha da atividade elétrica dos neurônios. Esse indivíduo tem uma linguagem normal, uma noção normal, uma percepção normal e um raciocínio lógico normal. O único problema dele é que ele viola as nossas normas morais e sociais. Mais do que isso: ele não se arrepende”, explica Benito Damasceno, neurologista da UNICAMP.

Os cientistas ainda não descobriram o que causa essa deficiência no funcionamento cerebral.

O ser humano nasce ou não com uma tendência biológica a psicopatia, mas o que define se ela vai se manifestar e em que grau é o tipo de criação. A estrutura da nossa personalidade é formada até os 8, 10 anos de idade, principalmente, nessa fase a criança precisa se sentir amada, protegida e acima de tudo receber limites e aprender a seguir regras.

“Pais que não colocam limites nos filhos, que deixam os filhos fazerem tudo que querem... Esses pais estão criando futuros psicopatas”, fala a psicóloga, Maria de Fátima dos Santos.
Por vinte anos Maria de Fátima trabalhou no sistema prisional e avaliou criminosos que haviam cometido estupros e assassinatos em série. Segundo ela, 90% deles são psicopatas e a grande maioria sofreu violência na infância. “Ele teve lá na infância alguma coisa que o fez se tornar insensível”.

De acordo com os especialistas 30% das pessoas são psicopatas. Gente que transgride regras, costuma ser agressiva, de humor inconstante e tem dificuldade para controlar seus impulsos. “Aquele que tem a insensibilidade muito forte, em que a raiva é o sentimento predominante... Quando ele se vê frustrado, vai, agride de uma forma violenta e mata”.